segunda-feira, 1 de junho de 2009

ADEUS AMIGO SILVIO BARBATO



O maestro Sílvio Barbato, ex-regente da Orquestra Sinfônica Brasileira e do Theatro Municipal do Rio, está entre os passageiros do voo AF 447 da Air France, que decolou no domingo (31) do Aeroporto Tom Jobim, no Rio, e não chegou a Paris na manhã desta segunda-feira (1º). A informação foi dada por parentes e amigos do maestro.

Conheci o maestro durante a transição da Secretaria Municipal de Cultura, quando juntos percorremos alguns equipamentos fazendo vistorias e participamos de discussões com o povo da música. Em um almoço, falando sobre o projeto de regulamentação da profissão DJ de qual sou crítico, recebi de Barbato uma defesa veemente de que nossa classe fosse regulamentada pela Ordem dos Músicos, pois assim ele via nossa classe, ao contrário de vários outros músicos que nos consideram meros "apertadores de botão". O maestro considerava tanto a figura do DJ, que organizou uma apresentação de orquestra com o DJ Rafa - ícone da cena hip hop do DF.

Também me chamou a atenção, uma pessoa que lida e tem formação de música erudita, ter os horizontes tão amplos com relação à música, abrindo defesa não só daquela "vindas do andar de baixo" como o Rap e o Funk, mas também da música eletrônica, que é atacada por vários outros músicos conservadores, muitos deles reacionários mesmo. O maestro falava com muita empolgação desta possibilidade de sincretismo cultural. Era uma pessoa simples, uma pessoa boa.

A última vez que estive com Barbabato foi durante o Rio Music Conference, na Marina da Glória, onde ele fez questão de participar do debate sobre a profissão DJ e defender o seu igresso na categoria de música. No próximo sábado, durante o Viradão Carioca, o MC vencedor da Batalha do Conhecimento receberá o "Troféu Maestro Silvio Barbato". Uma pequenina homenagem do Hip Hop a este que o sempre defendeu como cultura. O Brasil e o mundo da música perdem um grande nome e eu perco um valoroso amigo. Descanse em paz.

Um comentário:

Unknown disse...

Foi realmente uma grande perda. Eu conheci o Silvio Barbato da Orquestra Sinfônica Brasileira que assistia muito. Seu profissionalismo não deixa dúvida de seu grandioso talento e sua irreverência era marca registrada nos concertos. Nunca vou me esquer de como ele demonstrou o som das balinhas e dos saquinhos de amendoim atrapalham os músicos. Ele simplesmente tirou uma balinha e fez o barulho num microfone que estava no volume máximo... srrs Todos começaram a rir muito!