domingo, 31 de maio de 2009

O Hip Hop no Viradão Carioca



Como foi aqui informado, no próximo fim de semana, das 21h de sexta (5) até às 21h de domingo (7) vai acontecer o 1° Viradão Carioca da Cultura, uma realização da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, com o apoio da Globo Rio. O Hip Hop terá seu espaço:

Na sexta, na lona cultural da Ilha do Governador, no Cocotá, Nega Gizza volta aos palcos. Antes e depois DJs ligados à CUFA se aprsentarão. Entrada: 1 lata de leite em pó ou R$5.

No sábado, a partir das 15h haverão várias atividades no Galpão Aplauso, localizado próximo à Rodoviária Novo Rio, também parceiro do evento com os DJs Pachu, Juan, LP e Marcelinho MG comandando os toca-discos, oficina e apresentação de street ball com a Liga Urbana de Basquete (LUB), o B-Boy Bala Machine comanda a Face to Face Battle e fechando a programação com chave de ouro, MC Marechal(foto) comanda a Batalha do Conhecimento. Pra galera do skateboard, o local possui mini-rampas. Entrada franca.

Galpão Aplauso - Rua General Luiz Mendes de Moraes, 50 - Santo Cristo

ENTREGUE O ABAIXO-ASSINADO DE APOIO AO VETO

Foi entregue ontem ao Secretário Executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, o abaixo-assinado em apoio à decisão tomada em assembléia pelos DJs cariocas de solicitar o veto ao Projeto de lei 740/2007 em tramitação no Senado que, entre outros problemas, reduz a profissão à condição de técnica, tem artigos de interpretação dúbia e concede ao futuro sindicato da categoria, poderes capazes de gerar autoritarismo. A lista entregue ontem contém a assinatura de vários DJs representativos da cena como Marcelinho CIC, Paulo Futura, Iky Castilho, Mauricio Lopes, Gustavo Tatá, Grandmaster Raphael, Spock, Pablo Sales e Marlboro. O Rio de Janeiro se posicionou. Se a lei será vetada ou não, isso é um caso à parte. Mas nós, DJs cariocas deixamos bem claro que não nos submeteremos às migalhas lançadas da mesa do banquete.

Aproveitando que mencionei o DJ Marlboro: Como advogado sou defensor da garantia constitucional da presunção da inocência, com o direito à ampla defesa. Como militante da esquerda neste país, acompanhei a crucificação de valorosas pessoas acusadas de várias coisas, que tiveram suas vidas destroçadas pela imprensa e, no final, provaram sua inocência. Não é demagogia. Sou pai de duas meninas de 8 anos e este tipo de delito me dá nojo, como na maioria das pessoas. Mas acho que as coisas devem ser provadas, pois quem tem boca fala o que quer.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

AGENDA

Não sou de postar agenda aqui no blog, mas diante das indagações que recebo vamos lá nas residências:

Toda quarta - Pampa Grill - Centro

Toda quinta - Mariuzinn- Centro e Alto Lapa

Toda sexta - 00 - Gávea

Todo sábado - Club Six - Lapa.

Sábado quinzenalmente - Icy Club - Ipanema

Algumas pessoas me perguntam porque não tenho tocado mais em "eventos de hip hop". Eu respondo:
1° Devido a conflitos de interesses, derivados da minha candidatura à vereador no ano passado, acabei sendo boicotado por parte dos produtores;
2° Já há algum tempo quando se referem ao meu trabalho, dependendo do lugar alegam: "ele é muito comercial" ou "ele é muito underground", quando na realidade sempre fui conhecido pela versatilidade de set que pode ser desde o underground até os "happy-hours", chopadas e festas no subúrbio e na Baixada tocando a farofada que é propícia a estes eventos;
3° No Rio de Janeiro, a sua história e o seu nome de nada valem para determinados produtores de eventos, que pra economizar R$100, R$150, preferem contratar DJs iniciantes, que nada cobram ou praticamente recebem uma ajuda de custo, sob a alegação que está "dando oportunidade a novos talentos". Quando estes DJs começam a cobrar um pouco mais, são dispensados e "novos talentos são procurados". É mais ou menos o seguinte: o cara vai fazer um evento de samba e propõem o Paulinho da Viola. Aí o cara alega: "Que Paulinho da Viola que nada! Tem o Zezinho lá da área que toca um pagode bacana, cobra 1/10 do cachê, trás uma galera da rua dele e no final dá na mesma e a gente não gasta uma grana preta"!. É mais ou menos isso.
4° Os tais "eventos de hip hop" com relação à cachê: ou pagam mal (os eventos chamados de "Zona Sul")ou não pagam nada (os chamados eventos de Rap).

Ao longo dos últimos oito anos venho me dedicando à difusão do hip hop, seja pelo rádio, seja pelos eventos pioneiros que produzi e tenho, sem sombra de dúvida uma boa contribuição para a cena estabelecida no Rio de Janeiro. Hoje, à frente das lonas culturais e dos projetos da Secretaria Municipal do Rio, tento dar mais alguns passos para a difusão dos elementos desta cultura, da qual faço parte. Várias foram as oportunidades de abertura de outras linhas de trabalho (principalmente no funk - onde fui responsável pela difusão nas boates da zona sul com o hit "Calça da Gang" e na festa Caldeirão do El Turf e na música eletrônica onde os principais DJs da cena são meus amigos) mas me mantive firme nos meus propósitos, até porque isso poderia enfraquecer a cena. Mas, de qualquer forma, me mantenho na ativa nestas cinco residências fora outros eventos que toda semana aparecem, estou produzindo e tocando de forma bimestral na festa BOOM BAP!, que lotou o Clandestino em suas duas primeiras edições e, em breve estarei iniciando o projeto TRINCA D3 em parceria com meu companheiro de Opalão76, DJ Juan e o percussionista Bruno do grupo Rio Maracatu, terei a honra neste sábado de ser um dos homenageados no tradicional Baile do Viaduto de Madureira ( pela minha iniciativa de integração das cenas black das Zonas Norte e Sul) além do retorno do site so Opalão76.

O tempo passa, passam pessoas, modas, tendências e no final das contas só os verdadeiros sobrevivem. Aos verdadeiros eu ergo um brinde! Um só caminho....

terça-feira, 5 de maio de 2009

VEM AÍ O VIRADÃO CARIOCA

A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro estará realizando em conjunto com a Globo Rio o 1° Viradão Cultural Carioca nos dias 5, 6 e 7 de junho próximos, com várias atividades acontecendo na cidade de forma simultânea, com destaque para as Lonas Culturais Municipais que terão programações especiais, além dos outros equipamentos da cultura municipal. Várias atividades que já ocorrem na cidade participarão do evento por adesão. Em breve estaremos publicando a programação completa do evento, que promete entrar para o calendário da cidade e não deixar nada a dever à virada cultura paulista, na qual foi inspirada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

DESCANSE EM PAZ AMIGO LÉO D´ILHA



Faixa-preta da lenda Carlson Gracie, o Prof. Leonardo Borges (Leo D’Ilha) faleceu na última sexta-feira, primeiro de maio, no Rio de Janeiro. Durante um mergulho na Baía da Guanabara, debaixo da ponte Rio-Niterói, o faixa-preta veio a falecer e seu corpo só foi encontrado no dia seguinte. Durante os anos dedicados à arte suave, Leo conquistou duas vezes o Pan-Americano, além de levar para casa um título Brasileiro. O enterro aconteceu ontem no cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador.

Lembro-me quando o Léo (o segundo na foto da esquerda para a direita) chegou ainda faixa azul na Academia Carlson Gracie. O apelido é fruto da sua origem: o bairro da Ilha do Governador. Fomos graduados praticamente na mesma época. Bom companheiro de treinos, boa pessoa.

Que o Mestre Carlson Gracie o receba de braços abertos.

Descanse em paz amigo

sábado, 2 de maio de 2009

EU SOU DE BOTAFOGO.....MAS TORÇO PELO MENGÃO!

Em abril de 2005 publiquei no site Bocada Forte, o maior portal latino-americano dedicado ao Hip Hop um artigo entitulado "EU SOU DE COPACABANA", pois na época eu lá morava. Como há dois anos retornei para o bairro onde fui criado, fiz a devida correção. O que vai se perceber é que, passados 4 anos, a mentalidade da chamada "galera do Rap" praticamente não mudou e ainda aparecem, para completar, umas figuras totalmente obtusas que parecem literalmente de outro mundo, falando do umbigo dos outros sem antes verificar o seu para ver se está sujo. Vamos ao texto:

"No último dia 31 de março, postei no PONTO DE VISTA do BF a lembrança do 41° aniversário do golpe militar no Brasil, que jogou o país na mais profunda repressão da história pátria, calando toda uma geração e coloquei a importância da lembrança daqueles "tempos negros", onde aqueles que eram contra o sistema eram presos, torturados e mortos, para que esta triste página nunca mais retorne à nossa realidade, hoje democrática.

Em um dos comentários ao meu ponto de vista, me chamou atenção o maniqueísmo, a ignorância e, porque não dizer a má-fé de uma pessoa que se auto-intitula do "movimento negro". Esta pessoa alegou que ao me referir à "tempos negros" exibi um racismo oculto por colocar o termo "negro" como sinônimo de ruim. Ora, isso é querer manipular ou enxergar o que não existe. O termo "tempo negro" deriva da própria meteorologia, pois quando vem chegando a tormenta (como foi a ditadura militar) o tempo invariavelmente escurece. Onde está o racismo???

O racismo está naquele que quer enxergar o racismo em tudo e todos, que quer colocar uma situação extremada num país como o Brasil, onde existe racismo sim e cuja a dívida com os afro-descendentes é enorme (apesar das lágrimas e do pedido de desculpas do presidente Lula na África). Porém o racismo que vem assolando a Europa com os resquícios do nazi-fascismo que teve no velho continente o seu berço, aqui no Brasil é tipificado como crime e vem sendo combatido pelos cidadãos conscientes que o denunciam (como o jogador Grafite) e pelas autoridades que processam o racista.

O racismo existe e deve ser combatido e denunciado, porém as pessoas procurarem racismo em tudo, acaba promovendo o racismo que diz combater, pois provavelmente a reação do tal "membro do movimento negro" não seria esta se eu não fosse branco. Infelizmente este racismo existe dento do RAP. Por mais que o cara represente a cultura, por maior que seja o seu talento ou valor, no final por grande parte da tal "galera do RAP", sempre acaba rolando o comentário: "é, mas ele é branco". E são vários os talentos brancos do RAP: Marechal, De Leve, Paulo Nápoli, Zé Gonzales, DJ Hum, DJ Pachu, DJ Tamenpi, entre outros. Esse tipo de coisa vem à tona com pequenas coisas, pequenos comentários, coisa de gente de alma pequena, mas existe.

Outra coisa: todo mundo que aparece no cenário RAP é "aproveitador", "aventureiro", "playboy", "racha-cara" e outros adjetivos. Todo mundo vai pro RAP para se aproveitar dele e se dar bem. Aí eu pergunto: tirando o D2 (que já era famoso por ser vocalista do Planet Hemp), quem se deu bem de verdade economicamente fazendo RAP???? Racionais??? MV Bill??? Cabal??? Xis???
Aonde está este pote de ouro chamado Hip-Hop que todo mundo que entra fica milionário?????? Lá fora pode até existir. Aqui quem souber me mande o endereço.
Mas mesmo assim, o zé-povinho desce o cacete em qualquer um que tenha destaque. O Bill foi no Faustão, neguinho malhou, o D2, coitado, nem se fala, no De leve tambem baixaram o pau, Vinimax ídem e por aí vai. é só começar a subir a escada que vagabundo joga pedra.

É por isso que o bagulho não consegue ir para frente, pois quando um artista do RAP consegue um destaque na mídia ou quando assina contrato com uma gravadora grande, em vez de ser comemorado como uma conquista para o RAP nacional, é tratado como "traidor", "vendido", "mó comédia", etc. Afinal, pelo que vejo por aí - com várias exceções logicamente - o cara "ser do RAP" deve ser um status que realmente abre as portas da fortuna, pois para "ser do RAP" você tem que passar pelo crivo daqueles que se julgam suficientemente representativos para fazer julgamento de seus propósitos aceitando você ou não.

Tendo adotado o "estilo foda-se" do De Leve, sigo fazendo minha correria que tem 25 anos de militância ativa, desde as "Diretas-já" em 84 até o movimento dos DJs cariocas contra a taxação do vinil importado, que tem manifestação pública marcada para o próximo 1° de maio do Rio, organizando as batalhas de MCs com boa premiação, promovendo a cena carioca, fazendo tudo de coração. Ganho dinheiro com isso?? Lógico, pois é meu trabalho e trabalho tem que ser remunerado, se não é escravo e isso é proibido desde a Lei Áurea. Mas diante de tanta cois obtusa por parte desde contingente chamado zé-povinho, hoje em dia quando me peguntam: "Você é do RAP???"" eu respondo: "eu sou é de Botafogo, mas torço pro Mengão"

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Glossário - Zé Povinho, na linguagem do Rap é o equivalente à "gentinha", pessoas que vivem de falar mal dos outros e provocar intriga.