domingo, 28 de dezembro de 2008

BACK II BLACK - EDIÇÃO ESPECIAL DE PRÉ-REVEILLON NO CLANDESTINO


Após vários meses, a festa BACK II BLACK, que durante 4 anos fez história na cena hip hop do Rio na extinta Bunker 94, tem edição especial nesta terça, dia 30/12 no Clandestino, em Copacabana. Pelo 6° ano, o Opalão76 Hip Hop Crew promove seu já tradicional Pré-Reveillon Black. Como o hip hop foi absurdamente retirado da programação dos palcos que ocuparão o reveillon pela cidade, será uma boa oportunidade para fazer um bota-fora de 2009 ao som da velha e boa black music.

LISTA AMIGA: Homem R$10 e Mulher VIP até 0:30h - mandar e-mail com os nomes para opalao76@ig.com.br até terça às 19h.

FELIZ 2009 PARA TODOS!!! PAZ E SAÚDE!

domingo, 21 de dezembro de 2008

PAPAI NOEL, VELHO BATUTA



Utilizando o nome de um clássico do punk rock nacional, gravado pelo grupo paulista Garotos Podres, chegando perto de mais um Natal, não posso deixar de mencionar uma das figuras mais perversas criadas pelo capitalismo: Papai Noel.

Este "bom velhinho" há décadas vem sendo sinônimo de agravamento das disparidades sociais em todo o mundo, traumatizando milhões de crianças ao redor do planeta, que iludidas com a lenda do Papai Noel, enviam suas cartas pedindo brinquedos, roupas, ou coisas mais simples como um queijo, como foi mostrado no Fantsástico de hj na televisão e, no dia seguinte, verifica que o sapatinho que colocou na janela está vazio. Uma decepção sem tamanho para as crianças e uma angústia imensa para os pais, sem condições, ao verem seus filhos tristes, pois a Papai Noel, aquele que "não esquece de ninguém", simplesmente invariavelmente, esquece das crianças pobres.

Inclusive,esta figura obesa e escrota vestida de vermelho, acabou tirando de forma grande o sentido do Natal, que na verdade é uma data para os cristãos celebrarem o nascimento do Rabi da Galiléia. Mas, na maioria das casas, as pessoas estão mais preocupadas em encher a cara de vinho, comer o peru, o chester (ou em alguns casos o pão com mortadela mesmo) e trocar seus presentes, que segundo a tradição, vem das ofertas que os reis magos fizeram ao menino Jesus.

Por essas e por outras, que minhas filhas gêmeas de 7 anos, desde os cinco, sabem que é o papai, a mamãe e a vovó que dão os presentes e, que estes presentes, depende da condição financeira daqueles. Espero que no dia que tiverem filhos, também desmistifiquem esta lenda escrota e perversa criada pela Coca-cola.

Feliz Natal para todos!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

FUNK É CULTURA. ALGUNS ACHAM QUE NÃO

Extraído de O Globo on line de hj:

" Em pesquisa publicada no site do jornal O Globo, a maioria dos leitores se mostrou indignada com o projeto de lei da Câmara, apresentado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que define o funk como "forma de manifestação cultural popular" e determina que o poder público garanta as condições para a democratização da sua produção e veiculação musical. As justificativas para o protesto foram muitas e variadas, mas a palavra "violência" apareceu muitas vezes no quadro de opiniões.


"Seria o cúmulo da vergonha considerar um tipo de música tão vulgar e ridícula como forma de manifestação popular. É forma de manifestação do mau gosto.Isso sem falar que os bailes funk servem para ajudar a financiar o tráfico de drogas, coisa que todos sabem, com letras que fazem apologia à violência, ao crime e à prostituição", declarou a internauta Lilian Santos.


Para o leitor Marcelo Pereira Lopes, o funk está ligado à banalização do crime e à vulgaridade: "Sou completamente contrário a esse projeto (...) Quem não gosta do funk e tem a infelicidade de morar próximo a lugares onde se realizam 'bailes', não podem reclamar do barulho excessivo após as 22h, recebendo, muitas vezes, ameaças à sua integridade física. Não quero dizer com isso que todos os funkeiros estejam envolvidos com o crime ou com drogas diretamente, mas estão ligados a esse mundo ao se associarem ou se identificarem com as pessoas que nele vivem e compartilharem" .


Alguns leitores citaram outros estilos musicais na hora de dar sua opinião. Foi o caso de Sérgio Boche: "É lamentável que a música brasileira tenha chegado a esse ponto, depois de ter encantado o mundo com a bossa nova, o chorinho. Nomes como Tom Jobim, Luiz Gonzaga e Cássia Eler, entre muitos outros, foram esquecidos. Creio que seja o reflexo da falta de cultura de um país que tem um ensino sucateado pelas aprovações automáticas. O que esperar de um indivíduo que se submete diariamente a um pancadão? Pior ainda é ver nosso tributo se perder em mais uma lei 'entulho' para atrapalhar a votação de assuntos realmente importantes para a nação."


Na justificativa da proposta, Chico Alencar enfatizou que o movimento funk reúne mais de 1 milhão de jovens todos os fins de semana, apenas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Marlboro, que pediu a Gilberto Gil durante seu mandato no ministério da Cultura para que desse uma "chancela" ao funk, foi além, lembrando que o funk gera empregos. O DJ lembrou da pesquisa, divulgada neste dezembro pela Fundação Getúlio Vargas (FVG), que mostrou que o funk movimenta cerca de R$ 10,6 milhões por mês, totalizando R$ 127,2 milhões por ano. "

É impressionante como mais uma vez esta corja reacionária se insurge contra o que vem do andar de baixo. Da mesma forma que também cospem seus marimbondos para cima do Rap, da mesma forma que não consideram o grafite como manifestação de arte plástica. Os mesmos que aplaudiram o fascista que há anos atrás chutou uma escultura de areia na praia de Copacabana. Esta mesma gente, se vivesse há 50 anos atrás, diria que o samba é "coisa de criolo vagabundo". Afinal, qualquer manifestação cultural proveniente de favela e da raça negra, na ótica deste povo, não pode ser reconhecida como cultura. Acontece, que estas manifestações de cultura existem, independente dos "achismos" e merecem ser respeitadas e garantidas pelo poder público.

Da mesma forma que não se deve associar a música eletrônica ao uso e tráfico de drogas, razão pela qual, arbitrariamente, foi cancelado o reveillon da praia de Ipanema. Mas com relação à música eletrônica, por vir da Europa, ser produto de consumo principalmente das classes médias e alta, não existe este preconceito que existe com o funk e o Rap. São essa pessoas, que há 6 anos tem que tomar o sonrisal assim que acordam e, abrindo o jornal, se lembram que um ex-operário ocupa a cadeira presidencial com o maior índice de aprovação da história da república.

E para terminar, falando em preconceito contra a arte do andar de baixo: Finalmente a justiça de SP libertou a pichadora Carol, depois de 53 dias presa ( pena que não seria imposta em caso de condenação por ser um delito de pequena monta). Agora os reaças vão descer o cacete no Tribunal de Justiça. AAAAAARGH!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

UMA CENTELHA INCENDEIA A PRADARIA

Segue o link pra baixar o meu segundo CD "Uma centelha incendeia a pradaria" gravado entre 2002 e 2004, produzido por Rodrigo Marcondes Ferraz, com participações de Celso Blues Boy, Hannah Lima e Don Negrone:
http://rapidshare.com/files/173572519/DJ_Saddam_-_Uma_centelha_incendeia_a_pradaria.zip

sábado, 13 de dezembro de 2008

PARABÉNS CAROL



Caroline Pivetta da Mota completou ontem 24 anos. Deveria ser um dia de comemoração se ela não estivesse presa há quase 50 dias pelo simples fato de ter, junto com o seu grupo, pichado um galpão na Bienal de São Paulo, um espaço vazio, todo pintado de branco, que estaria disponível para intervenções do público. Esta jovem, de origem humilde, teve dois Habeas Corpus negados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Avaliando os comentários a respeito deste fato nos sites dos principais jornais, frequentados pela classe média reacionária, me causou espécie que a maioria vê com aprovação a prisão da jovem - o que não aconteceria se esta fosse filha ou neta desta gente.
O próprio Ministro da Cultura, Juca de Oliveira, enxergou esta desproporcionalidade e intercedeu junto ao Governador de SP, José Serra e aos organizadores da Bienal - que fizeram questão de colocar a jovem Carol atrás das grades - para porem um fim neste cárcere absurdo, que ocorre em um país onde gente como Daniel Dantas, condenado a 10 anos de prisão por vários delitos - entre eles corrupção ativa - e que responde a tantos outros processos, está em liberdade, aguardando o trânsito em julgado da corajosa sentença do Juiz Federal Fausto De Sanctis, que deverá, face os dois HCs obtidos por ele no STF, provavelmente anular o processo e assim, manter calado aquele que é tido como a Caixa de Pandora da República. Um país onde um PM que matou "por engano" um menino foi absolvido, avalizando a imprudência policial que mata várias crianças em comunidades carentes, mas, como são pobres, não causam tanta comoção.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SEM TESÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO


Dando à este post o nome de um de seus principais livros, gostaria de prestar minha homenagem ao Prof. Roberto Freire (foto), psicanalista anarquista, criador da Somaterapia, que, infelizmente, nos deixou em maio deste ano. Agora, nos sobrou o homônimo quinta-coluna e linha auxiliar da direita, presidente do PPS. Mas, vamos voltar a falar daquele que realmente importou, que através de sua terapia alternativa, baseada em Reich, conseguiu mudar a vida de muitos. Quando ele fala que "sem tesão não há solução", não se baseia apenas no caráter sexual - que é muito importante, diga-se de passagem - mas no prazer cotidiano seja ele afetivo, musical, profissional ou simplesmente gastronômico.
Tive oportunidade de assistir algumas palestras de Roberto Freire, principalmente no início dos anos 90, quando militava no movimento anarquista, que influenciou em muito meu estilo de vida e visão de mundo. O fato de eu abandonar a carreira jurídica para novamente me dedicar à música e ao rádio é uma influência direta do sentido da busca do prazer profissional. Fiz faculdade de Direito por trazer informações sólidas para aquele que tinha pretensões políticas. Não me arrependo, pois instrução e qualquer tipo de cultura sempre foram muito bem vindas ao longo do meu caminho. Agora, tenho a oportunidade de, conjugando as coisas que sempre me estimularam: a música, a política e a cultura, de experimentar um novo tipo de realização. Onde estiver, Prof. Roberto Freire, lhe agradeço, por sua contribuição na busca prazeirosa de condução da vida, que vai muito mais além do que simples conquistas materiais - que são bem vindas, lógico - mas não podem constituir o único objetivo de uma caminhada

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ainda sobre a Casa do Hip Hop e sobre os DJs

Tivemos a informação de que o imóvel que queríamos na Lapa, contíguo à FEBARJ já tem outra destinação que será dada pela Secretaria Estadual de Cultura, mas o projeto da Casa do Hip Hop continua de pé e vamos atrás de outro imóvel público, com o apoio não só de Jandira, mas tb da scretária estadual Adriana Rattes para construir nosso centro de referência

Mudando de assunto: Após conversas com várias pessoas importantes do mundo da música, entre eles, gente do porte de Tibério Gaspar, Sílvio Barbatto, Fernando Bicudo e Humberto Araújo sobre a profissão DJ, percebemos que existe uma aprovação para a idéia de o profissional dos toca-discos ser regulamentado como categoria de músico na Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). Conversei com vários DJs, de vários estilos e todos se empolgaram com a hipótese, pois, além de regulamentar, elevaria nossa atividade à condição de artista.
Existe um movimento pela regulamentação da classe com a fundação de um sindicato próprio, mas com características trabalhistas, puras e simples, esquecendo da parte artística, tão fundamental para a valorização da profissão, que não se resume somente ao estabelecimento de carga horária e piso salarial.
A via pela OMB, além de ser melhor é mais simples, pois independe da aprovação e sanção de projeto de lei. Havendo a necessidade de um aditivo junto ao Ministério do Trabalho definindo a nova categoria de músico.
É um assunto que vai dar muita discussão, pois o pessoal que defende a criação de sindicato próprio não abre mão disso. Mas na verdade, independente da solução, cria uma movimentação nesta categoria que, infelizmente, sempre teve no colega de profissão o maior inimigo. Por isso, no Hip Hop nos organizamos em "bancas", como o Opalão76 e a Eletrobase, que nada mais são que cooperativas informais, formadas por afinidades pessoais e profissionais, visando o intercâmbio entre seus membros para proporcional a evolução material e profissional de cada um, como diz o slogan do Opalão: "O individual pelo coletivo, o coletivo pelo individual".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

VEM AÍ A CASA DO HIP HOP


Reafirmando compromisso firmado com o movimento hip hop na reunião realizada no CIC (foto), onde democraticamente ouviu propostas e sugestões, a futura secretária municipal de cultura, Jandira Feghali, garantiu junto ao prefeito eleito, Eduardo Paes, a construção da "Casa do Hip Hop", na Lapa. A idéia surgiu na reunião já mencionada, quando o Geraldinho do CIC, mencionou que estava na batalha para conseguir uma casa para transferir as atividades da ONG, que conta com pouca visibilidade pelo fato de funcionar dentro da Fundição Progresso. A casa deve funcionar no imóvel contíguo à FEBARJ, pertencente ao Estado, que hoje se encontra em péssimas condições, apesar de ser tombado, tendo inclusive, passado por um processo de escoramento da fachada, para que a mesma não desabasse. O primeiro passo será a cessão do imóvel para que a secretaria de cultura, em conjunto com o CIC, possa elaborar o projeto, que deve demorar, face ao estado deplorável do imóvel, pelo menos dois anos para ficar pronto.
O objetivo é além da instalação de um anfi-teatro para a realiação das batalhas, shows, palestras, debates e exibição de filmes, salas para oficinas, estúdio de rádio-escola e de gravação, onde funcionaria a escola de produção, além da possibilidade da utilização pelos artistas.
É proposta de Jandira, que o município crie o seu próprio selo musical, o que facilitaria a elaboração de coletâneas "Casa do hip hop" com os artistas vinculados ao projeto.
Além da "Casa", o hip hop, por iniciativa nossa, endossada por Jandira, deve ocupar com oficinas as Lonas Culturais, assim como o futuro projeto "Segundo tempo da cultura" em parceria com a secretaria municipal de educação para levar atividades culturais para as escolas, onde além dos 4 elementos, teríamos também o basquete de rua, em parceria com as duas entidades representativas.
A democracia será a marca da nova gestão da cultura do município e estaremos sempre prontos a ouvir e encaminhar as demandas não só do movimento hip hop, mas de todos os segmentos de cultura alternativa desta cidade, tão importantes, formadores de opinião, mas que nunca tiveram espaço, ignorados pelo não reconhecimento por parte dos retrógrados e conservadores ou simplesmente pela ignorância de sua existência.

Viva a casa do hip hop!!! Viva a cultura alternativa carioca!!!

AGENDA DEZEMBRO

4/12 - QUINTA - MARIUZZIN - CENTRO

5/12 - SEXTA - NUTH CENTRO /// MARIUZINN COPA /// 00 - GÁVEA

06/12 - SÁBADO - DOLCE VITA - COPACABANA /// CLUB SIX - LAPA

11/12 - QUINTA - CHOPPADA DA MEDICINA - UFRJ - QUADRA DA UNIDOS DA TIJUCA /// MARIUZINN CENTRO

12/12 - NUTH CENTRO /// CLUB SIX /// MARIUZINN COPA /// 00 - GÁVEA

13/12 - CLUB SIX /// DOLCE VITA - COPACABANA

17/12 - QUARTA - FORMATURA - COLÉGIO STO. AGOSTINHO

18/12 - QUINTA - MARIUZZIN - CENTRO /// FEBARJ - LAPA

19/12 - SEXTA - NUTH CENTRO /// 00 - GÁVEA

20/12 - FESTA CIRQUE - RIO-PETRÓPOLIS //// DOLCE VITA - COPACABANA //CLUB SIX

24/12 - COUNTRY CLUB DE NITERÓI// 00 - GÁVEA

26/12 - NUTH-CENTRO /// 00 GÁVEA

27/12 - CLUB SIX /// DOLCE VITA

30/12 - 00 GÁVEA

sábado, 29 de novembro de 2008

4 de dezembro

"Neste dia em que completo a idade de Cristo
continuo na batalha assim como era previsto
parabéns pra você, muitos anos de vida
vou seguindo meu caminho, de cabeça erguida.
Antigamente aniversário era festa, presente
hoje o bom é tá em dia com as contas pendentes.
Maior presente Deus me deu, por isso nada me fulmina
minha mãe, minha Lua, minhas filhas Layla e Nina....

....Formado, pós-graduado, carteirinha da OAB
só que não é petição que dá tesão de escrever
e sem tesão não há solução dizia o velho anarquista
o coroa tem razão, esse é meu ponto de vista.
Larguei o terno e a gravata, pois disso eu cansei
fui pra Bahia muito doido trabalhar de DJ
começando do zero, um início difícil
mas consegui um destaque neste novo ofício.

Santa Bárbara da relampuê
Santa Bárbara da relampuá"

Trecho de composta em 4 de dezembro de 2002, que seria faixa do CD "Uma centelha incendeia a pradaria". Passados 6 anos, continuamos na correria, mas com a mesma cabeça erguida, olhando no olho, coisa que só aqueles que sempre fecharam com o justo podem fazer. Só tenho a agradecer a boa família que tenho, à minha mãe, não só pela criação e pelo carinho, mas pelo exemplo de caráter, à minha Lua que me deu os maiores presentes da minha vida: minhas filhas Layla e Nina. Aos amigos verdadeiros, ao público pelo apreço pelo meu trabalho, pois é isso a essência da vida. Agradeço à Deus e à minha querida Vovó Juliana que ergue seu escudo e me protege das mazelas e zé-povinhagens do mundo. Um pedido de presente: saúde, para que possa continuar a minha correria.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

RIO: CHOVEU, F.......!


O carioca mais uma vez sofreu hoje com o caos em que a cidade se transforma toda vez que chove. Bastou um temporal de pouco mais de uma hora para a cidade parar. Com várias ruas alagadas (como se pode ver na foto), o trânsito deu um verdadeiro nó, de norte à sul. Eu, que estava no Centro, no Seminário do Plano Nacional de Cultura, me senti ilhado, pois, com o aterro e parte da Praia do Flamengo alagados, os ônibus não andavam. A minha opção e a de muitos, foi o já sobrecarregado Metrô. Resultado: como não tinha bilhete, enfrentei uma fila de pelo menos meia hora. Bem menos do que os 10 minutos que o trem levou da Cinelândia até Botafogo. Lá chegando, deparei com várias ruas alagadas, que vão ficar ainda pior, com a especulação imobiliária desenfreada que existe no bairro, que já tem o seu sistema de esgotos funcionando acima do limite e, a cada casa que vai ao chão para dar lugar a um prédio com vários apartamentos, a situação fica pior. Espero sinceramente, que o prefeito eleito, Eduardo Paes, pise no freio desta situação, para o bem do bairro onde fui criado. A cidade precisa urgentemente de um plano diretor que a faça crescer de uma forma proporcional. Enquanto isso, é melhor levar pranchas e bóias para voltar do trabalho.

sábado, 8 de novembro de 2008

AS "VIÚVAS DO GABEIRA" E O GLOBO CONTRA JANDIRA

Não bastasse a manipulação das pesquisas no 1° turno, onde Jandira foi colocada para escanteio, embora estivesse empatada tecnicamente com Gabeira e Crivella, agora o Jornal O Globo, devidamente municiado pelas "viúvas do Gabeira", que insistem em não aceitar o resultado das urnas, mostrando o quanto são "democratas", ocupa praticamente há dois dias as seção "Cartas dos Leitores" com ataques à nomeação de Jandira para a pasta da cultura municipal, com o principal argumento de que "ela não é do ramo por ser médica". Esquecem que Jandira foi baterista profissional e é irmã do também músico Ricardo Feghali, tecladista do Roupa Nova e convive com pessoas do setor.

Ontem por exemplo tinha uma carta dizendo coisa do tipo: o povo do Rio na eleição pro senado mostrou que não quer essa mulher pra nada (detalhe que aqui na capital ela ganhou de longe o Dornelles). Outro, se dizendo "intelectual" se considerava "ultrajado". No jornal de hoje, inclusive diz, que ela não poderia ser secretária por ser comunista, uma vez que "o comunismo é contra as manifestações culturais". O interessante é a unidade do pensamento do tipo: a mulher é médica e, por mais que já tenha exercido a música, que tenha um convívio com vários setores da cultura, que foram ouvidos durante a campanha e, como resultado disso, tivemos um excelente programa de cultura para o município (que a maioria ou nenhuma destas pessoas sequer leu) não presta para o cargo porque não é "intelectual". Da mesma forma que Rap, Rock e Reggae não são cultura, só a música erudita. Grafite não é arte plástica e sim um mero vandalismo. E depois somos nós que temos pensamento "atrasado".

Outro dia fuçando o google, descobri um artigo em um blog criticando minha candidatura, dizendo : "o que um DJ tem a propor para a cidade??" e complementando: "é por isso que o Rio está assim". Verifiquei o perfil do autor e percebí que era um advogadozinho recém-formado, cagando pelos dedos (se estivesse falando seria pela boca, mas como faz uso do teclado...). Mandei uma mensagem simplesmente pedindo que acessasse o site da minha campanha para conhecer as propostas. Em sua resposta ele me pediu desculpas - não por perceber que um "mero DJ" tinha muito a dizer, mas porque viu na minha biografia que eu também era advogado. Ou seja: se eu me apresentasse como "Dr. Mauricio Carneiro pra renovar o Rio de Janeiro" e não tivesse uma proposta sequer, eu seria um bom candidato. Tempo depois, recebí um e-mail deste sujeito pedindo voto pro Gabeira. Sinceramente: já deu mais que no saco. A resposta será dada com a melhor gestão de cultura que esta cidade já teve.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

JANDIRA SERÁ A SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA



Foi confirmado hoje pelo prefeito eleito Eduardo Paes a ida de Jandira Feghali (na foto com a equipe que fez seu programa de cultura) na pasta da cultura municipal. O excelente programa para a área de cultura da campanha de Jandira - do qual ajudamos na elaboração - com certeza, colocado em prática, vai resgatar para o Rio o título de capital cultural do país, principalmente na democratização, na sua universalização e na questão da ocupação das ruas e praças com feiras de artesanato , rodas de samba e outras manifestações, além da recuperação dos equipamentos públicos e organismos como a RioFilmes e a RioArte. A tão falada Casa do Hip Hop da Lapa também foi um compromisso assumido por Jandira com o movimento, que deve se tornar realidade.

SEMÁFORO ELEITORAL É RELIGADO

Depois de quase um mês, o já famoso sinal de pedestres da Rua General Polidoro, em Botafogo, finalmente foi religado. A vereadora Leila do Flamengo, que estava como 1ª suplente de seu partido (DEMo) acabou sendo beneficiada pela cassação do mandato do vereador eleito e presidente atual da câmara (que neste momento, com a viagem do alcaide, ocupa a cadeira de prefeito) Aloisio de Freitas, em razão de "uso da máquina pública".
Ué, o exemplo deste sinal o que seria afinal?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O HIP HOP CRESCE NOVAMENTE


Que o Rio é a cidade da marola, isso ninguém duvida. Inclusive foi alvo de nossa última publicação.


Agora os fatos vem refutando de forma contundente o argumento de que “o hip hop já era”. Basta olharmos para a cena no eixo centro-zona sul. Esta semana por exemplo: amanhã estréia no clandestino a festa “Sessão Hip Hop” que vai ocupar todas as quartas de novembro naquele club. Na quinta, além do Reciclando Pensamentos e da Batalha do Conhecimento no CIC, na Lapa, temos a festa do DJ Kymbo na Dolce Vita em Copacabana. Isso sem falar da festa Spraysom que ocorre de forma mensal. Sexta-feira a festa Becape no 00, na Gávea, onde divido as carrapetas com o DJ Paulo Futura, vem lotando a casa desde janeiro com um público seleto. Na mesma sexta, a recente Namastê, tb na Gávea, tb vem investindo em black music e recebendo bom público, temos em Copacabana, o Clandestino com a Black Friday acontecendo há mais de um ano, a velha e boa Six continua com o Hip Hop sexta e sábado na sua programação – isso sem falar na festa Fúria Hip Hop toda sexta na FEBARJ, que acontece há 10 anos. No sábado a DolceVita volta a colocar o hip hop como carro chefe e tb vem atraíndo um bom número de clientes. Sem falar nas festas mensais Blax e Funktastik que acontecem no Cinematheque, em Botafogo. Isso porque não mencionamos as demais casas do main stream que colocaram o Hip hop como ítem obrigatório em sua programação.
A grande novidade, de uns dois anos pra cá é o estabelecimento do bounce tipo de Rap lento e quebrado, proveniente do sul dos EUA, que antigamente não caía no gosto do público e desde que Beyoncé no clipe de "check on it", mostrou pra mulherada como é que se quebrava pra valer, passou a ser ítem obrigatório na lista dos principais DJs. O hit atual das rádios deste segmento é Lil Wayne ( que está numa grande alta no mundo inteiro) com "Lollipop".

O Rap nacional, antes o patinho feio das pistas, vem tomando seu espaço e hoje, eu que batalhei nas pistas e no rádio por isso, tenho a satisfação de receber vários pedidos – principalmente de mulheres – para tocar as coisas pátrias. Destaque para Jacksom, Gutierrez, MV Bill (na foto comigo nos áureos tempos da extinta Bunker), Marechal, Black Alien ,Rappin Hood e Thaíde. Por isso que quando as pessoas vem com este papo de “o hip hip hop já era” é das duas uma: ou é um idiota alienado ou é mais um mal intencionado fazendo campanha contra por algum motivo de cunho pessoal ou profissional.


Listinha de Raps nacionais de pista:


Thaíde - “mão pra cima”
Jacksom - “motel” e “meu dindin”
Marechal – “Sua mina ouve meu Rap”
Xis – “Ei hey'
De conceito - “se virá virô”
Black Alien - “Mr. Niterói” e “Perícia na delícia”
Sabotage – Mun-rá
MV Bill - “estilo vagabundo” e “Junto e misturado”
DJ Saddam - “V.I.P.”
Hannah Lima - “Essa é pra dançar”
U time – “a idéia”
DJ Hum, Treze e Xis - “Vem comigo”
Enganjaduz - “blá blá blá”
Gutierrez - “toca nas pistas”
Da Guedes - “Bem nessa”


Baixe, escute e dance!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Rio - cidade da marola


Há mais ou menos oito anos atrás eu tive um momento muito delicado em minha carreira. Eu vivia uma transição: mesmo com o funk em uma relativa alta e o Rap como uma mera expectativa, decidi segmentar meu trabalho – que sempre teve o hip hop presente desde os primórdios, em meados dos anos 90, no Burako Loko em Arraial D'Ajuda – para a Black Music.

Nesta época, sofri muito preconceito: no lado do Rap me viam como mais um oportunista que queria usar o Rap pra se dar bem (quem se deu bem com o Rap tirando o D2, o Gabriel e o pessoal dos Racionais?), um 'playboy jiujiteiro”. Por outro lado, no chamado main stream as mesmas pessoas que me tratavam como ídolo devido ao sucesso de “Calça da Gang”e batiam bundinha no “Caldeirão do El Turf” passaram a me taxar como “funkeiro metido a tocar hip hop” -como se essas mesmas pessoas que na referida festa na Gávea, onde, pasmem, eu tocava por oito horas seguidas, nunca tivessem percebido, que pelo menos metade deste tempo era ocupado pelo Rap e pelo R´n´B, conhecido aqui no Rio pelo vulgo de Charme.

Foi uma época difícil, portas se fechando e eu me lembro de uma determinada situação, quequase me levou a abandonar a profissão: eu iria tocar em uma casa famosa no Leblon, numa festa que rolava quarta-feira para um público que chamam de “formador de opinião” (muitas vezes esta opinião é prá lá de obtusa, mas tudo bem). Mandei um e-mail para o César Tartaglia do O Globo, que na época escrevia uma coluna muito lida chamada “Pessoas”, pedindo para que desse uma notinha sobre a minha participação na tal festa no Leblon, no que fui atendido com uma nota muito bacana. Quando estava no meu carro indo de Laranjeiras (onde eu na época morava) para a tal festa, já na Lagoa, recebi uma ligação do produtor do evento, dizendo que não era mais para eu ir. Ao indagar o motivo, veio a resposta: os seus sócios no evento – que na época eram de uma ONG assistencialista – viram a nota no jornal e acharam que a minha participação iria “queimar o evento”. Afinal, como poderia um ex-funkeiro, tocar para este público “formador de opinião”? Fiquei arrasado. Encostei o meu carro naquele posto BR em frente ao Parque dos Patins e comecei a chorar, meio que de raiva, meio que de desilusão. Como as pessoas poderiam ser tão preconceituosas assim? E olha que eu sempre pertenci à classe média, frequentava praia no Posto 9 e no Country em Ipanema, faixa-preta de Carlson Gracie, ao mesmo tempo que desde a década de 80 frequentei templos do underground carioca como os extintos Crepúsculo de Cubatão e Dr Smith assim como frequentava na época a Bunker, rotulada por muitos como “casa de viado”. Imaginem só se eu fosse alguém de comunidade? Mas, levantei a cabeça e segui em frente na minha luta, muitas vezes metendo o pé na porta, mostrando serviço e personalidade,conquistando o respeito de todos, principalmente do movimento hip hop local e nacional, do qual me considero um militante.

O engraçado é que este mesmo público “formador de opinião”, que era do hip hop, algum tempo depois, passou novamente a venerar ídolos do funk como DJ Marlboro, Catra e Sapão e, hoje em dia, curte música eletrônica e vai para as raves, pois o Rio é a cidade da marola. E como bom maroleiro, grande parte deste público, com todos os seus preconceitos, rótulos e estereótipos, aderiu em peso à tal “onda verde” que queria levar Gabeira à prefeitura do Rio de Janeiro, cuja candidatura sempre se valeu de artistas meio que sofisticados em sua campanha e, que no final, pra dar um “q” de popular, colocou uma declaração do MC Marcinho – que ao contrário dos outros aristas, não apareceu cantando, porque colocar o “tamborzão” pra tocar também seria para este povo elitista, demais da conta. A tal “onda verde”, felizmente, como todas as outras, terminou em espuma a morreu na praia, para o bem de nossa cidade.

É por isso que em 2004 eu gravei o Rap V.I.P. (Vim Impossibilitado de Pagar) que fala mais ou menos deste “Rio da Marola” onde fiz questão de fazer alusão ao povo “formador de opinião”, cujo clipe, dirigido por Jodele Larcher, exibido em várias emissoras, concorreu, naquele ano aos Prêmios Hutuz, VMB e da ABC. Assista e divirta-se: http://www.youtube.com/watch?v=BLIaylFReos

terça-feira, 28 de outubro de 2008

HOJE É DIA DE SÃO JUDAS


Hoje é dia de São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis, padroeiro do Mengão e meu padrinho. Afinal, fui batizado na sua igreja em São Paulo e me chamo Mauricio Thadeu em sua homenagem. Cumprindo uma missão que faço há muitos anos, daqui a pouco vou até sua igreja no Cosme Velho para acender uma vela e agradecer, por mais um ano com saúde. Tem gente que deve estar estranhando: "Mas esse cara aí, tal de DJ Saddam, não é comunista? E desde quando comunista é devoto de santo?". É aquilo: no Brasil o sincretismo é uma marca muito forte que permite a pessoa ser comunista sem deixar de ser brasileiro (com todas suas crenças) e vice e versa.
Daqui a pouco, quando estiver fazendo minha oração para São Judas, além de agradecer pela proteção, vou também pedir:
para que continue protegendo a mim e minha família com saúde para todos;
para que eu nunca abandone minhas convicções e sonhos;
para que ilumine o prefeito eleito para que realmente olhe para as pessoas necessitadas da nossa cidade e que faça uma administração de resgate do Rio para os cariocas;
e finalmente: pedir para que o Mengão levante mais uma vez o caneco do brasileiro e conquiste o tão sonhado hexa-campeonato.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

E AÍ? VÃO RELIGAR OU NÃO O TAL SINAL?

Passados 16 dias, o tal sinal de pedestres na Rua General Polidoro, em frente à Praça Mauro Duarte, em Botafogo (foto ao lado), continua desligado.
Conforme denunciamos no artigo "Semáforo eleitoral", este sinal foi instalado no dia 3 de outubro, quando cabos eleitorais da vereadora Leila do Flamengo distribuíram panfletos atribuíndo à ela a tal "benfeitoria" - coisa proibida pela legislação eleitoral.
A tal vereadora não foi reeleita por 122 votos e, coincidência ou não, o sinal se encontra desligado.
Estamos alertas!

domingo, 19 de outubro de 2008

REUNIÃO DA JUVENTUDE E CULTURA



Na última quinta-feira, participamos na quadra do Boêmios da Lapa de um encontro puxado pela Secretária Estadual de Ação Social, Benedita da Silva, da juventude e setores culturais e esportivos, com a candidatura de Eduardo Paes.

Lá estivemos, representando fração do Movimento Hip Hop do Rio de Janeiro e também a Liga Carioca de Jiu-Jitsu, como membro do seu conselho fundador. Entre as propostas que apresentamos estavam:

A construção pela prefeitura da "Casa do Hip Hop da Lapa", compromisso assumido no 1° turno pela então candidata do PCdoB, Jandira Feghali, com o movimento Hip Hop, assim como a inclusão dos 4 elementos de sua cultura em oficinas de extensão cultural nas escolas municipais do Rio;

a inclusão de esportes não-olímpicos como o Jiu-Jitsu, a Capoeira, o Skate e o Basquete de Rua, que exercem forte atração sobre os jovens em atividades de extensão esportiva nas escolas municipais;

todas estas atividades esportivas e culturais estariam vinculadas à frequência do aluno, assim como também ao seu aproveitamento, constituindo uma forma de combate à evazão escolar e estímulo ao aprendizado;

instalação na Rua Figueiredo Magalhães, esquina com Tonelero, em Copacabana, de um busto do Mestre de Jiu-Jitsu Carlson Gracie, responsável pela popularização e difusão do esporte no Brasil.

Vários outros representantes levaram suas propostas, que foram acolhidas pela candidatura de Eduardo Paes, que tem procurado ouvir não só os partidos políticos, mas também os movimentos sociais, demonstrando que pretende fazer uma gestão democrática na prefeitura do Rio. Na intervenção que fizemos no encontro (foto, ao lado do rapper Jovem Cerebral), além das propostas, destaquei esta forma democrática e alertei para o risco da candidatura Gabeira, cercada pelas forças conservadoras que há 16 anos sucateiam a prefeitura, e terminei fazendo uma paródia com a campanha do verde-tucano-DEMo, que gosta de usar a música de Lulu Santos "como uma onda": "como toda onda, ela acaba em espuma e morre na praia".

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O QUE É ISSO COMPANHEIRO?

Recebi este texto de um amigo por e-mail e, por retratar boa parte do meu pensamento sobre o 2° turno do Rio, em que as pessoas, devidamente manipuladas desde o 1° turno, onde a mídia conservadora conseguiu criar a figura do "anti-bispo", ao mesmo tempo que de forma repugnante isolava a candidatura competitiva de Jandira Feghali a colocando precipitadamente fora do páreo, por não interessar esta candidatura aos interesses de alguns, criaram uma onda em cima de uma figura que muitos chamam de "ética", mas que pela sua guinada rumo à direita, abandonando suas bandeiras históricas de luta por conveniências eleitorais e se aliando à tucanos e DEMos e, utilizando de uma patética imagem, em que paga sugestão para o então cadáver político Severino Cavalcanti, numa valentia comparada à de quem tira o pirulito da boca de uma criança e, devidamente acompanhado da "nata" artística de nossa cidade, vem ameaçando, com sua arrogância conhecida, de não buscar a parceria com a sociedade organizada, seu elitismo e a sua absoluta falta de experiência administrativa, jogar o Rio nos braços daqueles que há 16 anos produzem as mazelas que esta cidade vive. Por isso, transcrevo o e-mail recebido:

§ Em 1969, como integrante do MR-8, participou do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick em troca de 15 presos políticos da ditadura militar. Entre 1970-79 fica exilado, retornando ao Brasil com a anistia política, escreve o seu livro "O que é isso Companheiro?", onde faz autocrítica da sua militância e do seqüestro do próprio embaixador. Para Gabeira, toda a luta da juventude na época da ditadura militar passou a ser um mero período "utópico" da história, sujando a imagem dos muitos que lutaram e morreram pela redemocratização do país.

§ Depois da sua mudança de perfil, passou a defender questões pontuais de comportamento, hábitos e de direitos individuais, como a legalização da maconha. Seu novo perfil atinge setores eleitorais despolitizados e camufla os conservadores e reacionários, pois o mesmo passa a defender um "novo capitalismo" e não mais a mudança de todo o conjunto da sociedade.

§ Em 1989, se candidata a presidente e não chega a 1% dos votos.

§ Sua indecisão de onde se estabelecer mostra sua crise de identidade política: Do PV foi para o PT, voltou para o PV, ficou sem partido, voltou ao PT, ficou sem partido de novo e voltou ao PV.

§ Apoiou as privatizações, com destaque para a negociata de Daniel Dantas na privataria das telecomunicações.

§ De forma oportunista foi inflado pela mídia no caso Severino Cavalcanti no congresso nacional, recebendo o apoio dos setores mais conservadores e atrasados da elite brasileira e carioca.

§ Em 2006 sai na capa da "VEJA" como um defensor da "ética", a revista mais reacionária e mentirosa da história da mídia impressa brasileira. Essa revista é tão processada que daqui a pouco terão que abrir um tribunal de justiça só para ela. Com a ajuda da mídia e do apresso de setores "apolíticos" da elite zona-sul carioca se reelege deputado federal.

§ Em seus quatro (4) mandatos como deputado federal pelo Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, nunca apresentou um projeto na câmara que beneficiaria a cidade e o Estado que o elegeu.

§ Em 2008 se candidata a prefeito do Rio, coligado com o PSDB, o TUCANO-VERDE recebe o apoio da mídia, da GLOBO, dos mais cobiçados produtores que conseguem vários artistas para o programa de televisão.

§ Gabeira na prática se alia ao que há de pior. Sua atual candidatura é uma fachada do PSDB, partido tão queimado no Rio que não conseguiria lançar candidato aqui.Seu vice é do PSDB, Luiz Paulo, que foi vice do governo desastroso, corrupto e completamente privatista de Marcelo Alencar.
§ A campanha do Gabeira também foi milionária, bancada pelo PSDB e pelas grandes empresas que bancam o PSDB. Todos os tucanos o apóiam pesado, FHC, Serra, Aécio, Alckmin.

§ Seu coordenador de programa de governo é o ex-presidente do Banco Central de FHC, Armínio Fraga, que articulou a privatização de 70 estatais do Brasil, entre elas a Vale do Rio Doce, a Telebrás e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), empresas nacionais que garantiam importantes investimentos e empregos no país e agora estão na mão do capital estrangeiro. Na gestão FHC, Armínio Fraga, também pôs o Brasil como recordista mundial de juros altos, o que paralisa a produção do país e permite ganhos incalculáveis aos parasitas especuladores financeiros.

§ Armínio Fraga (Coordenador da campanha do Gabeira) também é dono da "Gávea Investimentos", empresa corretora da Zona-sul do Rio que faz especulação financeira, além, é claro, patrocinar e conseguir investidores para a campanha do Gabeira.

§ A Rede Globo e a mídia conservadora jogaram grande papel nesta falsa opção, a da criação do "voto útil em Gabeira para impedir o bispo Crivella de chegar ao segundo turno". No Globo de sábado, véspera da eleição, na internet, uma matéria sobre o último dia de campanha dos candidatos, dedicava 28 linhas a Gabeira e 4 a Jandira Feghali. E foi assim a campanha inteira. Para não falar do golpe da Globo, comparável ao golpe da Proconsult, de a segunda cidade do país, o Rio, com 6 milhões de habitantes, ter votado na eleição, sem sequer ter existido um debate televisivo entre os candidatos. E a Globo, mentora do golpe, se escudou em desculpas das mais esfarrapadas para a não realização do debate.

§ A conversão na prática de Gabeira aos tucanos não é episódica, casual, representa na verdade o alinhamento com o conservadorismo político, escamoteado pelas posições dele sobre comportamento e toda a gigantesca operação da mídia por trás de sua candidatura.

§ No 2º turno, Gabeira recebeu o apoio do DEM (partido mais conservador e reacionário da história republicana brasileira, suas origens são do antigo "ARENA" da ditadura militar, além de conter toda a oligarquia nordestina) e também do César Maia, atual prefeito que traz consigo 16 anos da mesma administração na cidade do Rio de Janeiro, afundando o município em desperdícios financeiros, aprovação automática nas escolas, hospitais públicos em péssimo estado e epidemias de dengue. Gabeira será a representação da Nova Direita e a continuidade dessa administração atrasada que César Maia esta de frente há 16 anos.

§ No seu último momento público de raiva, Gabeira mostrou seu preconceito pelos moradores da Zona Norte. Numa conversa ao telefone, perto de jornalistas, Gabeira disse que a vereadora Lucinha (PSDB), eleita pela Zona Oeste, tinha "pensamento suburbano" e era uma "analfabeta política" por não concordar com a construção do lixão em Paciência.

§ Gabeira, na prática, é o candidato ecológico que vai tentar salvar da extinção os "Tucanos" e a prefeitura do César Maia .

Se você acha que o futuro prefeito do Rio de Janeiro:

§ Não deve ter um pensamento elitista.
§ Deve governar para toda a cidade.
§ Conhecer profundamente o território carioca e os seus problemas.
§ Deve conhecer toda a área do município e não ficar fazendo "turismo eleitoral" pela cidade.
§ Não deve ter preconceito com os moradores do subúrbio.
§ Deve ter aliança com o Governo do Estado(Governador) e com o Governo Federal (Presidente).
§ Não deve dar continuidade a gestão municipal de César Maia na prefeitura.

SE VOCÊ QUER UM NOVO RUMO PARA O RIO DE JANEIRO, ENTÃO SE JUNTE A MILHARES DE CARIOCAS E DIGA :
"GABEIRA NÃO!!!!!!!!!"

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PLAYLIST PRA VC OUVIR E BAIXAR

Akon feat Booba - Gun in my hand
T.I. - 24h
Rick Ross - Here i am
Estelle feat Kardinal Offishall - Magnificent
Ashanti feat Nelly & Akon - Body on me
LL Cool J - Baby
Kanye West - Put on
T.I. feat Rihanna - Live your life
Ludacris feat Chris Brown - What Dem Girlz like
Kardinal Offishal feat Akon - Dangerous
Gym Class Heroes - Cookie Jar
DJ Felli feat Sean Paul - Feel it
LLoyd feat Lil Wayne - Girls around the world

Underground & classic tracks:

Method man - Got to have it
Kool G Rap - My life
The Beatnuts - Duck season
Dilated People - Marathon
Mos Def feat DJ Honda - Traveling man
Fugees - How many mics
Jaylib - The red
Jurassic 5 - Got understand
Hi Tek - Let it go
The Rascalz - Movie star
KRS One feat Warren G - Let´s go
Souljah Raze - Ghost of Mars

O "semáforo eleitoral"

Na sexta dia 3 último, faltando menos de 48 horas para as eleições, estava indo fazer minha última panfletagem/pregação no metrô de Botafogo, quando deparei com uma cena bizonha: dois assessores da vereadora Leila do Flamengo ao lado de um sinal de pedestres, instalado naquele dia, na Rua General Polidoro, em Botafogo, em frente à Praça Mauro Duarte, distribuindo panfletos que atribuíam à vereadora a “benfeitoria” - o que não é permitido pela legislação eleitoral. Reclamei enquanto candidato e também como cidadão e recebi como resposta: “se quiser denunciar ao TRE, denuncie”. Não foi preciso, pois o povo não reelegeu a vereadora que ficou famosa pelas suas faixas espalhadas pela Zona Sul do Rio, atribuíndo para sí, qualquer realização da prefeitura, até mesmo meras trocas de lâmpadas ou podas de árvores. Exatos 122 votos impediram a reeleição desta senhora. Coincidência ou não, o tal semáforo em Botafogo, desde ontem se encontra desligado.

Tivemos 522 votos, a maior parte deles na região de Botafogo, onde crescemos e moramos. Se parte destes votos serviram para livrar nossa cidade de políticos desta espécie, já valeu em muito a minha candidatura.

A culpa é do MP

Hj aproveitei o dia do mestre para levar minhas filhas à praia, coisa que não fzia desde antes do processo eleitoral.Lá eu estava, aproveitando para "filipetar" uma festa nova minha que estréia a manhã e surgiu o assunto daquele menino que morreu na porta da Baroneti, em Ipanema, vítima de um tiro disparado por um PM que fazia a segurança do filho de uma promotora que está ameaçada de morte. Antes de perguntarem o que o filho de uma pessoa ameaçada de morte está fazendo numa boate, vamos passar direto ao ponto que enuncia este tópico.

Este PM foi absolvido por falta de provas que levassem ao entendimento que ele teve a intenção de matar o garoto. O promotor do caso, Marcelo Monteiro, veterano do tribunal do júri e uma autoridade em processo penal no brasil, tanto que dá aulas na UERJ e em cursos preparatórios para concursos públicos, tendo em vista os depoimentos contraditórios das testemunhas de acusação e a fragilidade das provas, concordou com o argumento da defesa que o tiro foi acidental, pois a vítima, no meio da confusão, haveria tentado tirar a arma do PM, e recomendou ao júri a absolvição do réu. Com isso, toda a opinião pública caiu em cima do promotor, dizendo que estava sendo coorporativista. Apesar de temporariamente afastado do fórum, sempre tento acompanhar determinados casos da área do direito pena, onde me especializei. Entrei em contato com alguns colegas que atuam na área e estes me grantiram que o promotor - que já foi meu professor - agiu como tinha que agir, uma vez que o MP na ação penal além da função de acusador, ele não pode fugir da função de fiscal da lei e, como tudo indicava que a tese sustentada pela defesa era pertinente, ele teve a hombridade de pedir a absolvição.Quando eu comentei isso na roda, neguinho só faltou me espancar dizendo: então vc é a favor de PM! então vc é pela impunidade!! Ae eu retruquei: porra, vcs estão aqui gritando pq o PM que matou o garoto de classe média foi à julgamento e absolvido. E ae eu pergunto: E os PMs que matam crianças, mulheres e idosos nas incursões em favelas que, muitas vezes, nem a julgamento vão???? Vcs ficam putos desta forma??? Quando um bandido se entrega e ainda assim é executado pela pólícia, que no momento vira policial, promotor, juiz e executor, num país onde a pena de morte - pelo menos no papel - não existe, vcs não fazem nada. Pelo contrário: A criança: "ninguém manda morar em favela" e o bandido: "tem mais é que matar esse filho da puta mesmo". Depois de muita discussão abriu-se uma enquete: em quem vcs vão votar pra prefeito e a resposta foi em unissono: GABEIRA!

HIP HOP E ELEIÇÕES

Como nuitos sabem, fui candidato à vereador aqui no Rio de Janeiro pelo PCdoB, representado a Nação Hip Hop Brasil. No país inteiro foram mais de 30 candidatos ligados ao Hip Hop, incluindo um candidato à prefeito, o Aliado G do grupo Faces da Morte, em Hortolândia – SP.
Aqui no Rio, apesar de ser o único candidato ligado ao Hip Hop, ao contrário de São Paulo, onde teve vários, obtive 522 votos. Verificando os mapas de votação, verifiquei que 80% dos votos vieram aqui da minha área, Botafogo, bairro onde moro e fui criado. Como também tenho ligações estreitas com o jiu-jitsu, esporte onde atuei como dirigente da Liga Carioca, professor e atleta competidor e onde estava com o apoio de pelo menos 4 academias, chego a conclusão que os votos provenientes do Hip Hop foram praticamente nada.

Vejo a votação do mano Nuno Mendes, que há tantos anos ajuda a divulgar o Rap nacional na FM 105 em São Paulo: pouco mais de mil votos.

Tudo bem que as eleições deste ano, pelo menos aqui no Rio foram um bagulho pesadão, onde o poder econômico e, principalmente, a compra de votos, dominaram a cena. O povo, já desiludido com os políticos tem o seguinte raciocínio: “é tudo safado mesmo, então vou votar naquele que me adiantar algum”. Mas o que se verificou, mais uma vez, foi a falta de união do povo do Rap. Não que eu esperasse milhares de votos, mas um candidato DJ, apoiado por gente representativa da cena como Marechal, Aori, Funkero, André Ramiro, DJ Negralha, Acme (grafiteiro), DJ Pachu e DJ Tamenpi, entre vários outros, deveria obter mais votos. Ainda mais que focamos a campanha na tecla da construção da “Casa do Hip Hop da Lapa”, compromisso assumido pela candidata à prefeitura do PCdoB, Jandira Feghali (que ficou em 4° lugar com mais de 300 mil votos) e também na questão da inclusão dos elementos da cultura em oficinas de extensão cultural nas escolas municipais.

Aí fica a avaliação: será que valeu a pena tanto desgaste? Eu respondo: valeu. Valeu por mostrar que o Hip Hop pode ter sim seus candidatos, gente preparada para defender e debater seus pontos de vista. Valeu por colocar nossas propostas para a sociedade, propostas estas que no futuro, poderão ser aproveitadas por algum prefeito, beneficiando à todos. E, fundamentalmente, valeu a pena, porque desafiamos sim ao sistema, numa luta desigual do tipo Davi e Golias e dissemos em alto e bom som que sim, existem pessoas que enxergam na política uma forma de tornar a vidas das pessoas um pouco menos injustas. A via eleitoral é só uma frente da batalha política, que se desenvolve diariamente nas quebradas, nas escolas, nas fábricas, nas ONGs e na correria de todo aquele que luta por uma sociedade mais inclusiva, sem tantas disparidades e desigualdades.

A grande diferença de nós, guerreiros de fé, é que, independente do resultado nas urnas, saímos sempre vitoriosos, de cabeça erguida, pois sabemos que cumprimos nosso papel revolucionário, semeando nossas idéias para que elas cresçam, se fortaleçam e criem raízes. Uma das sementes que foi plantada aqui, foi a da organização da Nação Hip Hop Brasil no Rio de Janeiro, que iremos desenvolver para, no futuro, termos um núcleo forte e militante para desenvolver nossas demandas em todas as frentes possíveis.

A luta continua. Hoje e sempre. Um abraço e paz à todos