quarta-feira, 9 de maio de 2012

ZÉ POVIN ATIRA PEDRAS NO AMIGO EMICIDA

Vendo a polêmica levantada pelas críticas à participação do Emicida no Programa da Xuxa, me fez lembrar da entrevista que li com Edi Rock, na Revista Caros Amigos deste mês, cuja pergunta, tenho o trabalho de transcrever: "Caros Amigos: O Rap nas últimas duas décadas cresceu bastante, passou a ser mais atraente do ponto de vista do mercado também. Você acha que o Rap corre o risco de perder sua autonomia na crítica? Edi Rock: Não corre esse risco pq só vai estar envolvido quem tem conhecimento de causa. Quem tiver de oba-oba vai cair no meio da caminhada!.....Principalmente pq vários dessa nova geração cresceram ouvindo o que a gente pregou, falou. Tem aquele lado social, e muito mais. Ouço moleque novo hoje e eles não esqueceram da cor, da raiz, da escravidão, do sofrimento, da pobreza, na miséria, não esqueceram, porque é coração, é sentimento, é sangue, é pele, ele apanhou também, foi parado pela polícia, carrega isso. Ele não tem que falar isso diretamente na música, mas de alguma forma isso aparece, é só prestar atenção" Mais ou menos por aí. O Rap é o cotidiano. Cada MC tem o seu. Uns usam uma linguagem mais direta, outros não. Se o cara tem o seu dia a dia na quebrada, vai falar disso. Se o seu cotidiano for a escola, os amigos, a namorada, vai falar daquilo. Não deixa de ser Rap, que é a linguagem universal de expressão. Como o Edi falou: muita gente que tá aí de onda, daqui a um tempo não se ouve falar mais. Os que absorverem a cultura, ficarão. Se vão pra Xuxa, Datena ou Faustão, problema é deles e melhor para o hip-hop, que tem sua vertente musical divulgada, expandindo seus horizintes sem deixar de lembrar da sua origem, do seu compromisso. Venho escrevendo sobre isso há anos em meus artigos no site Central Hip-Hop.

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